LESS IS MORE – Tendência atual – Mínima estimulação ovariana em ciclos de FIV
Acabei de chegar do 6th Congresso Mundial de Indução da Ovulação (Nápoles, Itália). Apresentei um trabalho sobre uma nova possibilidade para o controle da síndrome de hiperestimulo ovariano e como sempre, após assistir a várias excelentes palestras paro para refletir sobre os principais temas.
É interessante e gratificante verificar que muitas coisas que observo na pratica diária de consultório acaba sendo publicado e comprovado cientificamente após algum tempo. Muitos assuntos interessantes foram discutidos porem o que mais enfaticamente se falou foi em relação à quantidade de medicação usada nas induções para FIV.
Precisamos de doses tão altas??
Não.
Vários novos estudos comprovam os efeitos deletérios de altas doses de FSH/LH na qualidade ovular, embrionária e endometrial. Em pacientes com boa resposta o grande numero de óvulos (acima de 10) por aumento de medicação, muitas vezes, não se traduz em maior taxa de gravidez. Pelo contrario, aumenta o numero de óvulos anormais e piora a qualidade endometrial. Em pacientes com mais de 38 anos, nas quais já esperamos um numero de óvulos menor também não adianta dar doses altíssimas, a reserva ovariana não vai mudar.
Não precisamos de doses altas para termos 3 ou 4 óvulos, com doses menores teremos o mesmo numero e muito provavelmente de melhor qualidade.
Um dos trabalhos mostrou que a % de óvulos anormais quando a paciente produz entre 1 a 5 óvulos é de aproximadamente 23%, entre 6 a 10 óvulos – 35% e mais de 10 óvulos chega a 51% de alterações cromossômicas.
Faz tempo que “bato nesta tecla”, mas muitas vezes velo a carinha triste e de frustração das pacientes quando vão fazer o ultra-som e digo que temos, por exemplo, 7 folículos. Está ótimo!! Não precisa de mais!O importante é a qualidade e não a quantidade, tanto que na Itália a política é transferir apenas 1 embrião. Não sou assim tão radical, mas em termos de indução da ovulação este é o conceito atual: LESS IS MORE.